Desistência de Mitt Romney – boa notícia para os republicanos, má para os democratas

12 02 2008

João Esteves

Sócio ITD

A desistência de Mitt Romney teve duas imediatas e importantes consequências: a consagração (quase) certa de John McCain como o candidato republicano à corrida à White House e  a subsequente possibilidade de começar a recuperar alguma da credibilidade que os republicanos perderam como resultado da governação desastrosa de Bush e seus compagnons de route (os neo – cons, entenda-se).

Com efeito, McCain dispõe, assim, de margem de manobra para adoptar um discurso mais virado para o exterior do partido, ir ao encontro das reais expectativas dos eleitores norte – americanos e demarcar-se (com precaução e placidez) do actual presidente em determinadas matérias.  É Interessante constatar que, na óptica de McCain, a permanência (teimosa) de Mike Huckabee  na corrida à nomeação republicana é positiva. Porquê? Simples.

Porque, desta forma, McCain pode inflectir a sua estratégia política mais para o centro, tentando seduzir o eleitorado mais moderado e receoso relativamente a questões como a segurança, enquanto Huckabee mantém a sua mensagem e acção política direccionada para a direita mais conservadora. Posteriormente, quando o Partido Democrata não estiver dividido e unir-se em torno de um candidato, o ex – pastor baptista desiste em prol de McCain. E os dois formarão o ticket republicano.

Esta conjectura, que considero ser a mais plausível no campo republicano, poderá influenciar os democratas já nas próximas primárias, mormente no Ohio e Texas. Efectivamente, poderão considerar que aquele será o momento de se mobilizarem em torno de um candidato e focarem -se na eleição do próximo Presidente dos EUA agendada para Novembro – em vez de prorrogarem divisões e quezílias, porventura contraproducentes.


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