Race | Poll | Results | Spread |
Louisiana | Rasmussen | McCain 55, | McCain +15 |
Connecticut | SurveyUSA | Obama 54, | Obama +16 |
California | SurveyUSA | Obama 53, | Obama +10 |
Kentucky | Mason-Dixon | McCain 53, | McCain +12 |
Tennessee | Mason-Dixon | McCain 55, | McCain +16 |
Wyoming | Research 2000 | McCain 57, | McCain +21 |
California | PPIC | Obama 50, | Obama +10 |
IRAQUE: CAMPO DE BATALHA DA CAMPANHA ELEITORAL NORTE-AMERICANA
5 09 2008
Rui Roque
Investigador Instituto Transatlântico
Apontada como via primordial para garantir tanto a segurança interna como a defesa dos interesses americanos no mundo, a necessidade de combater o terrorismo a uma escala global tem sido uma das bandeiras da administração norte-americana desde os trágicos eventos de 11 de Setembro de 2001, prioridade essa que, para além de pautar a política externa dos Estados Unidos, encontrou igualmente um nível de acolhimento praticamente consensual na respectiva opinião pública. De facto, tal base alargada de apoio revelou-se determinante no processo de tomada de decisão relativamente à intervenção militar no Iraque, iniciada em Março de 2003, uma vez identificado o regime de Saddam Hussein alegadamente como uma das principais ameaças à segurança mundial.
Actualmente, volvidos que são cinco anos de operações militares naquele teatro, ainda que os elevados custos envolvidos – sobretudo em vidas, mas também de ordem financeira – não tenham ainda transformado a guerra no Iraque numa questão fracturante no seio da sociedade norte-americana, é evidente a razão directamente proporcional que se verifica entre o crescimento do número de vozes dissonantes e a aparente incapacidade política de, no mínimo, projectar um ponto final para o conflito.
Assim, será perante um eleitorado cada vez mais influenciado pelo lento regresso dos fantasmas de um esforço de guerra sem fim, provenientes de um passado ainda doloroso a apenas quatro décadas de distância, que a temática irá seguramente subir ao palco do confronto ideológico que se avizinha entre os concorrentes à presidência norte-americana. Na verdade, as diferentes perspectivas quanto à abordagem da questão por parte dos Democratas ficaram desde logo bem patentes durante as primárias, enquanto que, assim que os nomes de Obama e McCain se perfilaram como óbvios candidatos ao derradeiro escrutínio, ainda que não formalmente nomeados, logo vieram a lume repetidas críticas mútuas, tanto por acções como por omissões, quanto às propostas de futura gestão do conflito iraquiano.
Neste contexto, não será descabido questionar que papel desempenhará o debate sobre a presença militar americana no Iraque no resultado de uma eleição que se antevê disputadíssima. Determinante ou não, facilmente ombreará com outras preocupações de incontornável relevância para a sociedade americana – e, por extensão, para a plateia mundial – onde pontuam, por exemplo, as políticas económico-financeiras, educacionais e de apoio social.
Relativamente à questão do Iraque, as posições oficialmente assumidas pelos candidatos são apenas inteiramente coincidentes num único ponto, uma vez que ambos colocam em elevado destaque o profissionalismo e abnegação demonstrados pelas centenas de milhar de militares norte-americanos que servem ou já serviram naquele teatro de operações. Contudo, ambas as candidaturas partem também de um mesmo pressuposto para a resolução do conflito: a obrigatoriedade do controlo efectivo da situação por parte das autoridades iraquianas. No entanto, o caminho traçado para atingir esse objectivo, bem como o período de tempo necessário à sua consecução, são desde logo profundamente divergentes.
John McCain advoga uma política de continuidade, enfatizando que todos os sofrimentos causados e os recursos dispendidos não farão qualquer sentido se o desfecho se saldar por uma precipitada retirada das forças no terreno sem que existam garantias de uma completa derrota do ramo iraquiano da Al-Qaeda, condição fundamental de estabilidade governativa, sob a tutela de instituições democráticas – cuja estruturação passará pelo incontornável apoio das Nações Unidas -, capazes de afiançar a prosperidade económica e a segurança das populações. Para o candidato republicano, qualquer cenário substancialmente diferente implicará, mais tarde ou mais cedo, o regresso do poder militar norte-americano ao Iraque, com inimagináveis consequências aos mais variados níveis.
Estamos, pois, perante um projecto de longo prazo. A candidatura de McCain afirma que, do ponto de vista militar, tal propósito começa a vislumbrar-se com o crescente sucesso da estratégia de combate aos rebeldes iraquianos posta em acção pelo General David Petreaus, comandante das forças multinacionais desde o início de 2007. Os números mais recentes demonstram não só uma acentuada diminuição nas baixas das forças coligadas, mas também o decréscimo da violência sectária, sendo esta condicionante apresentada como indispensável ao processo de reconciliação nacional.
Quanto a Barack Obama, como seria expectável, a sua posição face à presença americana no Iraque é radicalmente discordante em relação ao rumo até hoje seguido. O seu programa eleitoral dedica-se a escalpelizar as razões que levaram ao impasse que considera existir presentemente: a total incapacidade da administração Bush de responsabilizar cada vez mais as autoridades locais pelas decisões sobre o destino do seu próprio país, situação que decorre da inexistência de uma eficaz linha de aproximação entre as facções políticas, étnicas e religiosas que compõem o espectro político‑social iraquiano.
Por outro lado, o senador do Illinois também tem chamado a atenção do eleitorado para outros factores que, interligados, reclamam uma profunda alteração da estratégia americana. Na sua óptica, os recursos de pessoal e material destinados a manter o nível de sustentabilidade das forças destacadas no Iraque compromete a possibilidade de enfrentar o terrorismo com êxito noutros cenários, nomeadamente no Afeganistão, onde a ameaça da Al‑Qaeda e as potencialidades bélicas dos Taliban parecem recrudescer de forma clara.
Obama propõe, portanto, a retirada das forças estacionadas no Iraque, a realizar de forma faseada à razão mensal de uma ou duas unidades de escalão brigada, isto é, até cerca de 7.500 homens/mês, o que projectaria uma permanência residual no terreno a partir de meados de 2010. A presença militar passaria então a ser assegurada exclusivamente por forças especiais, especificamente treinadas, equipadas e mandatadas para o desempenho de missões de combate anti-terrorista em apoio ao governo iraquiano e às suas forças. Tal conceptualização deveria constar com clareza no Status-of-Forces Agreement (SOFA), instrumento jurídico fundamental para a definição do estatuto operacional das forças da coligação liderada pelos Estados Unidos face à transferência de soberania para a administração iraquiana. Estranhamente, a discussão dos termos desse documento vai-se arrastando, ainda que, com alguma frequência, surjam responsáveis iraquianos a declarar a conclusão do acordo, correndo a administração Bush a emitir sucessivos desmentidos.
Embora os principais responsáveis militares se tenham já manifestado no sentido da inviabilidade prática do denominado “Plano Obama”, tudo indica que este continuará a ser o cavalo-de-batalha do candidato democrata no que respeita à questão iraquiana. Às reservas levantadas, Obama responde com a natural necessidade de criar uma conjuntura regional favorável ao sucesso do seu projecto, complementando-o com uma atitude mais exigente e pressionante no que concerne a um mais rápido domínio das rédeas do poder por parte do governo iraquiano, propósito que passa pela promoção da reconciliação nacional, dando continuidade em simultâneo ao treino e reequipamento das forças armadas e de segurança locais, sem esquecer o incremento, em comunhão com a comunidade internacional, dos esforços tendentes a enfrentar a crise humanitária que grassa em território iraquiano e nos países vizinhos, motivada pela existência de um elevado número de refugiados e deslocados.
Passadas sucintamente em revista as posições defendidas por ambas as candidaturas, facilmente se prevê que o debate será aceso, tanto mais que as acusações recíprocas se encontram já em franca subida de tom: a candidatura democrata aponta o perigoso imobilismo que McCain representa nesta matéria, não se cansando de lembrar a intervenção pública que Obama realizou logo em Outubro de 2002, ainda antes do Congresso ter dado luz verde à intervenção militar, onde terá previsto todas as vicissitudes que o tempo se encarregaria de concretizar nas premissas que hoje afectam o problema. Por seu turno, McCain destaca não só a desadequação do plano de Obama, mas sobretudo a gritante falta de firmeza do discurso do seu adversário sobre o Iraque, marcado por um trajecto de continuadas inflexões, ditadas pela evolução da agenda política do agora candidato democrata, numa tentativa de demonstrar que ao seu rival não restará outra opção que não seja esquecer rapidamente os seus irrealistas compromissos, caso venha a ser o próximo inquilino da Casa Branca. Em contrapartida, tenta retirar margem de manobra ao seu oponente reafirmando a firme convicção de nunca consentir que os seus argumentos voguem ao sabor de pressões conjunturais.
Os dados estão lançados e continuarão a rolar até Novembro…
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O Iraque e as presidenciais norte-americanas
5 09 2008Filipe Miranda Ferreira
Investigador Instituto Transatlântico Democrático
Uma notícia passou relativamente despercebida nos alinhamentos televisivos dos últimos dias.
A tristemente famosa província iraquiana de Al-Anbar foi alvo de uma transição de poder ao nível da segurança em que as autoridades iraquianas sucederam ás forças armadas americanas.
Al-Anbar é a maior província do Iraque, fazendo fronteira com a Jordânia, Síria e a Arábia Saudita. Ao contrário da maioria do sul que é xiita, esta província é sunita, como também o é o seu governo provincial.
Importa referir que é a única autoridade provincial não xiita do Iraque.
Desde o início da intervenção aliada no Iraque esta província foi a que mais resistiu aos norte-americanos, não sendo superada por nenhuma outra região em violência nem em baixas causadas.
Estes insurgentes eram compostos por elementos da Al-Qaeda, por ex-militantes do partido Baas iraquiano e por membros das tribos sunitas.
Foi nesta província que tiveram lugar algumas das operações mais violentas da insurreição. Ainda temos todos na memoria as operações militares que levaram à tomada das cidades de Fallujah e Ramadi.
Em 2006, relatórios militares afirmavam claramente que esta província estava fora de controlo e a derrota militar estava iminente. A segurança era inexistente e não garantia o regular funcionamento das instituições. Estas ou não funcionavam ou estavam infiltradas de insurgentes e jihadistas.
Contudo, em finais de 2006 a situação começou paulatinamente a mudar. O excesso de violência da Al-Qaeda, que resultou em muitas mortes de muçulmanos alienou o apoio das elites das tribos sunitas abrindo assim espaço para que estas negociassem com o governo central iraquiano e com os EUA.
A cooperação entre o exército iraquiano e o americano funcionou de facto, sendo as operações conjuntas um dos principais factores que contribuíram para o volte-face nesta província. Simultaneamente iniciou-se um ambicioso programa de treino e equipamento de forças de segurança locais.
Igualmente teve início um programa de reconstrução de equipamentos como escolas, correios, esquadras de polícia entre outros que começou a normalizar a vida, garantindo assim uma melhor percepção do papel dos norte-americanos junto da sociedade civil iraquiana.
Estes esforços fizeram com que a situação melhorasse consideravelmente.
Esta estratégia de contra-insurreição foi reforçada com o aumento do número de efectivos americanos no terreno. Também deu visibilidade a esta estratégia a chegada ao comando das forças norte-americanas no Iraque do General David Petraeus,
É de referir que a nova doutrina americana de contra-insurreição não teve de início uma boa recepção junto da administração Bush, tendo sido defendida, entre outros, pelo senador John McCain.
Este, devido á sua experiência anterior (Vietname) sabia qual o risco de uma saída desonrosa dos EUA de uma teatro de operações tão importante como o Iraque. Foi o maior defensor do plano Petraeus junto da Casa Branca, do Pentágono e do Senado.
A diferença de percepção relativamente à questão iraquiana entre Barack Obama e John McCain é certamente uma das grandes diferenças destes candidatos presidenciais.
Desde 2002 que a posição destes dois senadores tem sido extremamente clara. Barack Obama foi um dos poucos que votou contra a intervenção americana enquanto que John McCain votou a favor. Ambos criticaram duramente a gestão pós-invasão, sendo que para Barack Obama a presença americana no Iraque não tinha razão de ser, enquanto que as criticas do republicano versavam mais sobre o deficiente planeamento pós-invasão.
Barack Obama foi e continua a ser um feroz opositor da estratégia do “surge”, tendo esta sido defendida até à exaustão por McCain. Para Barack Obama o Iraque é a guerra errada no local errado, defendendo um calendário para a retirada do destacamento americano no Iraque, redireccionando parte dele para o combate aos Talibans e à Al-Qaeda no Afeganistão.
Já o candidato republicano, aproveitando a melhoria dos resultados no terreno, afirma que é possível uma vitória americana no Iraque e que a retirada como os democratas defendem iria por em causa o destino de uma estratégia americana para a região, sendo impossível conter as aspirações iranianas, isolando assim ainda mais o aliado natural dos EUA na região: Israel.
John McCain tem beneficiado da normalização da situação no Iraque, pois assim diminuiu a contestação da opinião pública contra a guerra e demonstra ao povo americano que com os equipamentos certos e com a estratégia adequada uma vitória é possível.
Em suma, qualquer situação extraordinária que ocorra no Iraque até ás eleições de Novembro pode beneficiar ou prejudicar qualquer um dos candidatos, devido à clareza das suas posições sobre este assunto. De facto, o Iraque é um dos pontos de demarcação destas duas candidaturas, cada uma representando não apenas a posição do seu partido, mas também uma base social de apoio diferenciada.
Em Novembro saberemos qual a visão que irá prevalecer.
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Convenção Republicana IX
5 09 2008Comentários : Leave a Comment »
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Convenção Republicana VIII
5 09 2008A intervenção da candidata à Vice-Presidência, Sarah Palin.
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Convenção Republicana VII
4 09 2008Rudy Giuliani foi o Keynote Speaker republicano.
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Convenção Republicana VI
4 09 2008Com a excepção do Congressista Ron Paul, Mike Huckabee foi o último candidato à nomeação republicana a desistir. Mais tarde foi, a par com Mitt Romney, um dos principais candidatos ao lugar de running mate de John McCain. Fica aqui o seu discurso na Convenção do GOP.
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Convenção Republicana V
3 09 2008A grande estrela do segundo dia da Convenção Republicana foi o Senador do Connecticut, Joseph Lieberman, que em 2000 foi running mate de Al Gore.
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Convenção Republicana IV
3 09 2008Fred Thompson dirige-se aos delegados.
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